Colares, arte, educação - Ocupação Ana Mae Barbosa
- Maipeesu FNS
- 15 de jul.
- 2 min de leitura
Achei tão bonita essa fala de uma aluna* da Ana Mae Barbosa — tão precisa. Materialidade das narrativas: em meio a livros autorais, recortes de jornal, artigos de universidades, Paulo Freire, catálogos de museus - um colar de pérolas (talvez como tantos outros), um feito à mão com sementes, outros vindos de lugares diversos do mundo.
Cada um desses objetos carrega histórias.
Vinda do mundo das modas (rs), já me deparei muitas vezes com olhares que colocavam nosso fazer num lugar de futilidade, de consumo vazio, ou, quando muito, num pedestal de desejo (se carregasse o nome de um estilista famoso ou marca hypada).
Mas há peças que nascem com significado no gesto de quem as faz. Outras ganham sentido depois — quando passam a fazer parte da vida de alguém, marcam um instante, um luto, um recomeço, uma travessia.
Ana Mae e sua aluna, como educadoras, nos fizeram pensar: O que é arte? O que é educação? Onde termina a trajetória profissional e começa a pessoal? O trabalho social, onde entra nisso tudo? Ou será que nunca se separam? Quais objetos carregam valor real para nós — e por quê?
Essa "curadoria da vida" todas nós fazemos, de algum jeito.
O que me incomoda é quando alguém se coloca no lugar de definir o que importa e o que não importa, como se houvesse um padrão único para o que tem valor - determinando, de cima, o que é digno, o que é arte, o que é saber… Como se só valesse o que passa pelo crivo do status, da intelectualidade reconhecida, de uma estética autorizada, num ciclo de eterna validação do outro.
A gente pode costurar valor em silêncio — no tempo, no afeto, no gesto.
E isso basta (ou deveria).
*não peguei o nome dela no vídeo... :/
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